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Entrevista

'A população brasileira é composta na sua maioria por mulheres, mas nas áreas de TI apenas 30%. É preciso mudar este quadro a partir de ações afirmativas'

Um pequeno e poético bate-papo com as organizadoras do Cunhantã Digital

Por Soraya Roberta,
Autora do Poesia Compilada e Colunista no InspirAda

O Cunhantã Digital teve sua primeira edição na última Sexta(21/08) e seu objetivo pautou-se em buscar estimular a maior participação das mulheres da região amazônica em áreas de ciência&tecnologia, promover a interação entre mulheres profissionais e meninas em formação, bem como estimular o ingresso de mulheres em cursos de graduação e carreiras de tais áreas. Sobre este lindo evento resolvi entrar em contato com as organizadoras e fazer um pequeno e poético bate-papo que vocês podem conferir a seguir.

Participantes do Cunhantã Digital - UFAM

1) Por que criar o Cunhantã Digital?

Por que a população brasileira é composta na sua maioria por mulheres, mas nas áreas de TI temos menos de 30% delas e quando olhamos para o Amazonas menos ainda. Logo, em uma área onde temos carência de profissionais estamos simplesmente desperdiçando uma significativa parcela que poderia estar contribuindo muito. É preciso mudar este quadro a partir de ações afirmativas para inclusão da mulher. Isso passa por políticas públicas mas também por diminuir os preconceitos e em preparar a mulher para concorrer em pé de igualdade com os homens.

2) Este nome, Cunhantã Digital, surgiu de onde, qual o seu significado?

Ele é completamente inspirado no nome Meninas Digitais, o projeto da SBC coordenado pelo Prof. Cristiano. Cunhantã é menina em tupi-guarani e é muito popular em Manaus e boa parte da Amazônia, quando nos referimos às crianças meninas (para os meninos curumim). Primeiramente, pensamos em fazer o Meninas Digitais em Manaus, depois veio a ideia de regionalizar o nome então criamos o Cunhantã Digital, que gera a curiosidade da pergunta :-).

3)Qual a importância de termos a junção de outros movimentos, como o Meninas Digitais junto com o Cunhantã Digital, por exemplo ?

A importância de termos mais pessoas discutindo e entendendo que é preciso quebrar o paradigma de mulheres em computação. Todo esforço é importante. Unir esses esforços torna o movimento mais forte, mais coeso. A mudança não virá a partir de um pequeno número de pessoas, muitos precisam estar envolvidos. Os homens inclusive, ficamos muito felizes com a participação de vários meninos no nosso evento.É importante que eles vejam o alcance de uma brincadeira e o preconceito que muitas vezes nem eles percebem. Tivemos um momento muito importante no Painel Mulheres em TI- Taking Control, que foi a participação da Procuradora da Mulher no Senado, a Senadora Vanessa Grazziotin que mostrou as políticas de inclusão que estão sendo feitas para as mulheres no Brasil. Nos mostra que é impossível aumentar o número de mulheres na computação apenas. É preciso aumentar o número de mulheres em todas as áreas e na política, para que as leis também sejam feitas por nós e a partir daí, influenciem toda a sociedade. É mais um esforço que se soma.

Participantes do Cunhantã Digital - UFAM

4) Tiveram alguma dificuldade em criar o evento?

Neste primeiro não por dois motivos. 1) Ele fez parte da Escola Avançada de Qualidade de Software patrocinada pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Amazonas, e a coordenadora da Escola Profa. Tayana Conte (ICOMP_UFAM) abraçou totalmente o projeto deste evento. e 2) Porque contamos com o apoio e a experiência dos professores do Meninas Digitais (Cristiano maciel e Silvia Bim) que nos ajudaram muito na programação, inclusive garantindo a vinda da Karin Breitman, Executiva EMC Brazil, para o painel. Além do envolvimento das meninas do SciTechGirl do Instituto de Computação da UFAM coordenadas pela profa. Rosiane de Freitas. E também da Profa. Fabíola Nakamura, foi um trabalho em equipe que deu muito certo.

5) Qual o legado desta primeira edição?

Uma semente plantada. Agora as meninas (as cunhantãs) sabem que podem falar abertamente sobre o assunto, sobre o preconceito, sobre as dificuldades e viram que mulheres brilhantes e bem sucedidas que participaram do Painel tiveram que superar os mesmos problemas que elas enfrentam hoje. Logo, elas podem chegar lá também, ser um caso de sucesso. A ideia é que possamos fazer mais projetos para incentivar as meninas que já escolheram um curso de TI mas também para incentivar projetos com meninas do ensino médio, para que elas escolham seguir por esta área na graduação.

6) Teremos outra edição próximo ano?

Siiiiiim. :-). Vamos fazer após o carnaval a segunda edição. Vai fazer parte da Escola Avançada de Sistemas Computacionais e Robótica e já estamos pensando em como superar o primeiro evento. Quem sabe vocês pudessem nos ajudar. :-)

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